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Nesta aula, vamos conhecer algumas dicas para você escrever uma redação incrível na Fuvest. Acompanhe!

O que você precisa saber para mandar bem na redação da Fuvest

1. Entender o conceito do tema

Os temas da redação cobrados pela Fuvest costumam ser mais subjetivos. Veja os temas dos últimos cinco anos:

  • 2021: As diferentes faces do riso
  • 2020: O papel da ciência no mundo contemporâneo
  • 2019: De que maneira o passado contribui para a compreensão do presente?
  • 2018: Devem existir limites para a arte?
  • 2017: O homem saiu de sua menoridade?

Repare que, via de regra, os temas da Fuvest trazem como palavra-chave conceitos, que devem ser definidos ao longo da redação. E aqui é importante ter em mente que a Fuvest exige uma profundidade maior no desenvolvimento das ideias no texto.

Pegando o tema de 2020, quando falamos em ciência, muitas pessoas já associam a tecnologia ou coisas como aparelhos eletrônicos ou laboratórios. Fazer essa associação não é algo errado, mas entender o conceito de ciência exige ir mais a fundo.

A Ciência, no seu sentido mais amplo, trata da forma de pensar, de olhar o mundo. Na ciência, as teorias são baseadas em evidências e experimentações.

Para desenvolver essas ideias no texto, porém, é preciso conhecer de onde essas noções de ciência vêm. Por exemplo: para tratar deste assunto na redação da Fuvest, seria interessante que o candidato conhecesse o método científico. E quem conhece esse assunto muito provavelmente sabe um pouco sobre um de seus principais criados: o filósofo René Descartes.

Em alguns temas, esse aprofundamento acaba sendo até mais complexo. Em 2018, por exemplo, a palavra-chave do tema era "arte". Para escrever uma boa redação, seria fundamental que o aluno soubesse definir o conceito de arte e os significados que ele já teve.

Nesse sentido, um exemplo é o fato de Van Gogh, um dos principais pintores da história, vender um único quadro em vida. Isso aconteceu porque seus contemporâneos não consideravam o que ele fazia como arte.

Outro exemplo de ressignificação pode ser observado no nazismo, que criou a noção de "arte degenerada", termos utilizado para obras que não seguissem um padrão estético aceito pelo regime.

Para usar um exemplo atual, o tema de 2018 poderia ser pensado também pela ótica do grafite, e como muitas pessoas não o consideram arte e/ou o veem como uma forma de vandalismo.

Esse tipo de reflexão diante do tema de 2018 poderia levar o candidato a perceber que o conceito de "arte" é algo socialmente construído e que depende do seu tempo. E essa seria uma ótima conclusão para a redação!

2. Problematizar o tema

A problematização do tema da redação da Fuvest deve ser feita com auxílio dos textos de apoio. Em 2020, a prova trazia um texto que dizia como muitas pessoas utilizam algo feito a partir da ciência, como a internet, para negar a própria ciência.

A partir desse texto, seria possível se questionar, por exemplo, por que há certo descrédito em relação à ciência.

Novamente, o repertório sociocultural do candidato é fundamental para aprofundar a análise. Conhecer que, durante o século XX, grandes tragédias foram potencializadas com ajuda da tecnologia, como as duas guerras mundiais. E talvez o maior exemplo do uso da ciência para o mal seja o uso bomba atômica em 1945.

É nesse contexto que surgem críticas ao pensamento científico, mas sem contraponto ético e humanista. Isso poderia nos levar ao conceito de razão instrumental, que ajudaria no desenvolvimento desse raciocínio.

Voltando para o tema de 2018, a problematização do tema foi até mais simples, pois, naquele ano, a prova tratava da proibição de exposições artísticas.

Outro viés de problematização que poderia ser adotado é a característica comum a muitas formas de arte atual que focam no questionamento ou provocação para levar à reflexão - o que, em muitos casos, testa certos limites.

3. Entender como os processos trazidos nos temas acontecem

Partindo do tema de 2020, seria interessante entender como ocorre a crítica à ciência. Por sua vez, no tema de 2019, muitos candidatos trabalharam a ideia de como o passado interfere no presente.

No entanto, a pergunta que deveria ter sido feita pelos alunos é "como isso é feito?". No caso da prova de 2019, poderia-se adotar uma linha de que a interferência do passado no presente se dá através da construção de um imaginário ou discursos que perduram até hoje (especialmente sobre o que é certo e errado).

Claro que esses são apenas exemplos de resposta. Mas trazemos eles aqui para exemplificar o tipo de reflexão que deve ser feita em cima do tema para levar a redação a um caminho mais crítico e aprofundado.

4. Desenvolver um projeto de texto

Na redação da Fuvest, diferentemente do Enem, não basta trabalhar com causas e consequências. Como pudemos ver, o mais comum é que o tema da Fuvest apareça no formato de pergunta. E quando não fazem uma pergunta, cabe a nós respondê-la.

Portanto, se o tema apresentado for uma pergunta, o projeto de texto deve ser uma resposta justificada.

O lado bom é que, na redação da Fuvest, é possível expandir o tema para além do óbvio. No tema de 2018, deveríamos responder à pergunta, respondendo, por exemplo, que, por mais que queiram colocar limites nas artes, não é possível, trazendo os argumentos que expliquem por quê.

As respostas ao tema também podem ser intermediárias; elas não precisam ser taxativas. Em 2017 (O homem saiu de sua menoridade?) Era perfeitamente possível seguir uma linha que constatasse que em alguns pontos sim, em outros não. Em casos assim, porém, é fundamental explicar muito bem.

Outro aspecto interessante é que o projeto de texto não precisa ser circular, ou seja, aquelas redações que, já na introdução, indicam o caminho que o texto vai seguir, apenas resumindo os argumentos na conclusão.

Embora esse modelo seja muito bom para a Vunesp, por exemplo, na Fuvest é muito bem-vindo uma relação linear. Trata-se de um projeto em que uma ideia puxa a outra, com a tese aparecendo apenas na conclusão do texto.

Exemplo: no tema de 2020, poderíamos estruturar a redação da seguinte forma:

  • Na introdução, trabalhar a ideia de que a ciência trouxe melhoras na vida das pessoas, a exemplo das vacinas.
  • No segundo parágrafo, apresenta-se a noção oposta, isto é, de que a ciência também trouxe problemas, como a destruição da bomba atômica.
  • No terceiro, mostra que o fato de a ciência ter proporcionado destruições como essa fez surgir críticas a ela e como esses argumentos têm se tornado cada vez mais simplistas e superficiais nos dias atuais. É o caso dos movimentos negacionistas, como os anti-vacinas.
  • Na conclusão, explicitar a tese de que a ciência produz avanços, mas também desgraças. E que as críticas a ela levou a um descrédito por parte de algumas pessoas.

Veja como esse fluxo de ideias é linear, encadeando um argumento ou pensamento no seguinte. Vale lembrar que, na Fuvest, deve-se evitar forçar o repertório no texto. É muito mais importante colocar um raciocínio claro, em que uma ideia puxa a outra. O repertório deve entrar de maneira orgânica, servindo para reforçar o caminho escolhido no texto.

5. Lembrar que a redação faz parte da prova de Língua Portuguesa

É fundamental prestar atenção em erros de português, uso dos conectivos, enfim, escrever corretamente, respeitando as normas da língua portuguesa para não perder pontos por distração.

Para aprender mais

Para ainda mais detalhes sobre o assunto, assista a esta aula no YouTube, em que analisamos, parte por parte, uma redação nota máxima da Fuvest:

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Publicado na 
22/6/2022
 categoria 
Redação Fuvest

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