Descubra as diferenças nas redações da Fuvest, Vunesp e Enem

Muitos alunos têm dúvidas em relação à redação nos diferentes vestibulares. Como é a produção textual no Enem, na Fuvest e nas provas da Vunesp? Será que é tudo igual? É possível, por exemplo, escrever o mesmo tipo de redação nos três processos seletivos?

Neste post, vamos falar mais sobre as diferenças e também sobre as semelhanças entre as redações da Fuvest, da Vunesp e do Enem. Acompanhe!

Diferenças e semelhanças na redação da Fuvest, Vunesp e Enem

Vamos destacar os principais pontos.

Formato do tema

Aqui, não estamos nos referindo aos assuntos que costumam ser cobrados em cada vestibular, mas sim ao formato do tema. Para que você possa entender melhor, veja os cinco últimos temas da redação desses processos seletivos:

Enem

• 2021: Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil
• 2020: O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira
• 2019: Democratização do acesso ao cinema no Brasil
• 2018: Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na Internet
• 2017: Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil

Unesp (Vunesp)

• 2021: A tristeza em tempos de felicidade compulsória
• 2020: O carro será o novo cigarro?
• 2019: Consumo, logo existo?
• 2018: O voto deveria ser facultativo no Brasil?
• 2017: A riqueza de poucos beneficia a sociedade inteira?

Fuvest

• 2021: O mundo contemporâneo está fora de ordem?
• 2020: O papel da ciência no mundo contemporâneo.
• 2019: De que maneira o passado contribui para a compreensão do presente?
• 2018: Devem existir limites para a arte?
• 2017: O homem saiu da sua menoridade?

Repare que, no Enem, o tema nunca é uma pergunta. E isso sempre foi assim: desde 1998, a redação do Exame Nacional do Ensino Médio jamais trouxe como tema uma pergunta, mas sempre uma afirmação.

Já na Vunesp e na Fuvest, geralmente, o tema é uma pergunta. E isso muda muito o planejamento e a estrutura do texto.

No caso do Enem, em que o tema é colocado como uma afirmação, você deve começar pela identificação do tema.

Peguemos como exemplo a prova de 2019, cujo tema da redação foi "Democratização do acesso ao cinema no Brasil". Veja que não se trata de um problema, mas já de uma solução. O problema em questão é o oposto: a não democratização do acesso ao cinema.

Já em outros temas, como o de 2015 - "A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira" -, o problema está explícito no tema da redação.

Em seguida, devemos pensar nas causas do problema e em suas consequências. Recomendamos escolher duas causas ou uma causa e uma consequência. Com isso, você já tem a essência do que será sua redação.

Por sua vez, na Vunesp e na Fuvest, em que os temas costumam ser perguntas, é necessário que você as responda. Claro que não precisa ser nada taxativo; é possível argumentar no meio termo, mas é importante oferecer uma resposta.

Porém, não basta responder ao tema, é necessário justificar sua resposta. Na introdução das redações da Vunesp e da Fuvest, você deve trazer uma resposta justificada, trazendo seus argumentos - dois, preferencialmente.

Repare, então, que o formato do tema de uma redação impacta diretamente em projetos de texto diferentes.

Conclusão

Na redação do Enem, é necessário que a conclusão traga a chamada proposta de intervenção, que deve trazer cinco elementos: agente, ação, meio, finalidade e detalhamento.

Já na Fuvest e na Vunesp, essa estrutura não faria sentido. Por exemplo, se você é questionado sobre se a arte deve ter limites, não cabe concluir com uma proposta de intervenção, como "devemos ter mais museus no Brasil" ou algo do tipo.

Na conclusão da redação desses vestibulares, você deve finalizar respondendo explicitamente à pergunta feita no tema.

Vale ressaltar, novamente, que isso vai depender do formato do tema. Em 2015, por exemplo, o tema da redação da Unesp foi "O legado da escravidão e o preconceito contra negros no Brasil".

Veja que não se trata de uma pergunta. Na verdade, é um tema com um formato nos moldes daqueles cobrados pelo Enem. Nesse caso, faria mais sentido partir para uma abordagem como a do Exame Nacional do Ensino Médio.

Mesmo assim, nesse caso, para esse vestibular, o ideal não seria concluir com uma proposta de intervenção, mas com um resumo dos seus argumentos.

Assuntos abordados

O tipo de assunto que as provas abordam também é uma diferença importante. No Enem, os temas das redações são sempre problemas sociais, geralmente direitos negados.

Já na Vunesp, quase sempre o tema traz questões polêmicas, que exigem do candidato um posicionamento. Sendo assim, para escrever uma redação sobre esses assuntos, é importante começar o texto se posicionando e depois pensar como você vai justificar sua resposta.

Na Fuvest, as perguntas costumam trazer temas mais complexos. Veja o tema de 2016: "As utopias: indispensáveis, inúteis ou novicas?". Repare que a prova trouxe três visões diferentes para a mesma história.

Já em 2019, o tema "De que maneira o passado contribui para a compreensão do presente?" não traz um questionamento cuja resposta pode ser sim ou não, certo ou errado. Trata-se de uma pergunta em aberto, que pode levar para diferentes caminhos.

Note que a Fuvest exige conhecimentos mais aprofundados e complexos de certo conceito. E isso faz sentido com a estrutura da prova, que coloca a redação na segunda fase. A ideia é subir o nível de exigência, sobretudo com vistas a cursos de alta concorrência e com um grande volume de candidatos bem preparados.

Correção

A forma como as redações são corrigidas também muda. No Enem, há cinco critérios que a banca considera: linguagem, abordagem do tema e repertório, seleção e organização de ideias, coesão e proposta.

Na Vunesp, por outro lado, são três critérios: abordagem do tema, organização e linguagem. E a Fuvest também são três: tema e argumentação, estrutura e coesão, e linguagem.

No Enem, o critério mais importante é a proposta. Já a Fuvest é a prova que dá maior peso para o tema, enquanto a Vunesp prioriza a organização e a estruturação do texto.

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